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terça-feira, 5 de julho de 2011

Omissão nos cem anos das Assembléias de Deus

RELIGIÃO
NO ANO DE CELEBRAÇÃO DO CENTENÁRIO DAS AD’s NO BRASIL MUITAS IGREJAS AINDA NÃO VALORIZAM ESTA DATA COM LIDERANÇAS OMISSAS QUE NÃO SE IMPORTAM COM ISSO | FÁBIO ANJOS


As Assembleias de Deus estão celebrando o centenário de sua fundação. Sem dúvida temos muito que comemorar. Estão acontecendo diversos eventos em todo o país comemorando esta data. Mas esta comemoração só faz sentido para os que de fato amam a igreja, que tiveram a graça de gozarem os melhores anos das assembleias de Deus. Como fazemos parte desta instituição há anos, hoje infelizmente vemos que para muitos esta data não tem valor nenhum. Uma das explicações é que muitos pastores que estão nas lideranças das igrejas simplesmente são omissos a isso, outros são oriundos de outras denominações e por isso depreciam esta data. Talvez estas sejam apenas algumas de muitas razões para não valorizam o centenário da instituição. Isto foi também mencionado por um pastor em um programa de TV manifestando sua indignação por não darem valor a esta data tão especial.
Se a sua igreja é uma Assembleia de Deus e ela não está celebrando seu centenário, ela é um exemplo dessa desvalorização.

A Assembleia de Deus mudou muito, se peneiramos ainda encontramos por aí algumas parecidas com aquelas de trinta ou quarenta anos atrás, mas sua essência tem sido modificada ao passar dos anos para uma nova Assembleia de Deus. Há quem diga que existem até aquelas renovadas e tradicionais, títulos que só cabiam em denominações batistas e presbiterianas.

Bons tempos aqueles em que ir à igreja era prioridade para muitos cristãos. A presença na escola bíblica aos domingos pela manhã era primordial para toda família e ninguém podia faltar. Era uma escola dominical tradicional onde tinham professores, alunos e até chamada! O professor citava o nome de cada um, aluno por aluno. Tempos dos conjuntos musicais com o nome de cada conjunto feito de isopor e papel brilhante pregado nas paredes da igreja. Aquelas cortinas imponentes no púlpito que as irmãs cuidavam com um carinho precioso. Congressos avivados e que estavam sempre em primeiro lugar na programação da igreja. E quem não se lembra daquelas lembrancinhas que eram entregues nos finais de festas e congressos feitas pelas próprias irmãs da igreja? Dos batismos em massa que aconteciam unindo várias congregações e dos evangelismos que íamos alegres todos os domingos à tarde? Das músicas que eram a "cara" das Assembléias de Deus e que hoje não se ouvem mais.
E como se esquecer das peças de natal feitas com simplicidade pela mocidade da igreja que no fim ficavam impecáveis?

Nesse mesmo tempo havia algo que hoje não se vê mais, a hulmildade. O pastor da igreja conhecia a todos, aluno por aluno da escola dominical, membro por membro da igreja, pessoa por pessoa. Preocupava-se com os seus, e se alguém faltasse a um culto principalmente no domingo logo quando encontrava com o pastor ele sutilmente cobrava com aquela velha pergunta: cadê você que não vi no culto de domingo? Hoje se deixarmos de ir à igreja quantos domingos quisermos não seremos notados.
Foram épocas que quem viveu sente saudades por lembrar-se de um tempo em que se dava valor e era valorizado. Trabalhava-se com dedicação, esmero e, sobretudo amor pela obra de Deus.

E nos tempos atuais, o que dizer das Assembleias de Deus? Hoje muitas igrejas cresceram tanto em tamanho físico como em número de pessoas que chega a ser até impossível conhecer todo mundo. Não dá pra saber sequer se uma pessoa faz parte ou não da igreja. Conhecer todos em uma congregação com mais de quinhentos membros é um desafio. Pessoas vão e vem, entram e saem sem sequer se cumprimentarem. E esse “inchaço” natural gerou também falta de comprometimento por parte de muitos na obra de Deus e omissão por parte dos líderes aos problemas espirituais do rebanho.

Parece que não há mais preocupação dos líderes quanto ao povo que está debaixo de sua autoridade, quanto às vestimentas dentro da igreja, como frequentam o ambiente, da postura cristã, da ordem nos cultos. As lideranças não se inquietam mais e aceitam tudo. Enquanto isso o povo vai ficando doente com problemas de ordem espiritual e não sabem como resolver. Na verdade, os líderes já se encontram com muitos problemas e preferem não se envolverem com os alheios, então se tenta resolver de um modo “coletivo” de cima dos púlpitos com palavras que quase sempre não resolvem, e no final o povo se vê sozinho frente a uma solução mais viável de tentarem resolver por seus próprios meios, sem uma orientação espiritual por parte dos seus líderes.

Por essas e outras existem igrejas doentes e sem avivamento. Não se busca mais o batismo com o Espírito Santo. Os tradicionais cultos de domingo à noite e escola dominical perderam a essência, chegam mais perto de “espetáculos” que cultos a Deus. Pastores se esquecem de cuidar do rebanho e se dão por satisfeitos apenas pelo número de frequentadores na igreja. Enquanto isso se vai vivendo cultos combalidos que se repetem todos os dias e o povo não dá o valor devido à denominação a que pertencem como antigamente se via.
As Assembleias de Deus de hoje se distanciaram muito das de ontem onde se reverenciava mais os cultos e a instituição era mais respeitada por todos.

Enfim, tudo evolui e dentro da igeja não é diferente, mas sem viver do passado, voltemos a ele para pelo menos resgatar os melhores anos das Assembleias de Deus, celebrando como os antigos o centenário de uma instituição eternizada com muito trabalho, respeito, tradição, dedicação, luta e, sobretudo amor pela igreja do Senhor.
Voltemos a ser Assembleianos de verdade!



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